quinta-feira, 23 de março de 2023

"A Mara vai de colo em colo"

 "Saudades do Arroz de feijão"

No passado dia 2 de março, levei a Mara comigo, ia falar de temas "difíceis", pensei eu. 

E são, mas estes meninos são um exemplo de conduta, superação e aceitação pelo outro....



A Mara seguia de colo em colo enchendo-se de mimos, carinhos e abraços.
"Orelhas de Borboleta" de Luisa Aguilar mostra uma grande sensibilidade neste texto singelo e cheio de força literária, que transporta o leitor para um mundo de formas, cores, emoções e sentimentos. A figura materna destaca-se como referente vital da protagonista, que responde aos comentários das outras crianças seguindo as indicações da sua mãe: aquilo que para os outros é um defeito, para a Mara é uma vantagem de que os outros carecem.
Ter as orelhas grandes, o cabelo rebelde, ser alto ou baixo, magro ou rechonchudo... até a mais insignificante característica pode ser motivo de troça entre as crianças. Por isso é necessário um livro que demonstre a todos, tanto àqueles que fazem como àqueles que recebem algum comentário depreciativo, que esse tipo de comportamento é reprovável.

E especialmente para os que são apontados pelos outros, a mensagem que lhes transmite este conto é que convertam em positivo aquilo que para outros é motivo de gozo. Porque se devem valorizar as características que nos diferenciam dos outros para nos distinguirem como seres especiais e únicos. Porque reconhecer e inclusive reivindicar a diferença nos fortalece, aceitando-nos como somos e reforçando a nossa personalidade. Esse é o primeiro passo para aprendermos a rir-nos de nós próprios...


Seguiu-se o "Quatro cantinhos de nada" um livro sobre amizade, diferença e inclusão com uma proposta gráfica minimalista do autor Jérôme Ruillier.

As personagens desta história são figuras geométricas, a maioria círculos e apenas um quadrado. O grupo de amigos brinca alegremente, até que chega a hora de ir para a casa grande.

Neste momento surge um problema: o quadradito não consegue entrar porque a porta é redonda. Ele tenta entrar de várias maneiras, estica-se e torce-se, mas nada funciona.

Será que as figuras geométricas vão arranjar uma solução? 

O livro “Quatro cantinhos de nada”, convida-nos a refletir sobre as mudanças que devem ser feitas para incluir todos os membros da sociedade.

As ilustrações de Jérôme Ruillier consistem em colagens muito simples com tecido e papéis coloridos recortados à mão. É com estas ilustrações abstratas que se explica um problema social complexo às crianças.


"Difícil" foi suportar a saudade que o livro seguinte lhes provocou. O livro "Rua das Flores, n.º 10", da autora Felicita sala sobre comunidade, partilha e comida. Esta história mostra como os vizinhos deste prédio, de muitas origens, partilham as suas tradições gastronómicas com os outros. Ao longo do livro vamos conhecendo os residentes do nº 10 e as receitas que estão a preparar.

"Cheira bem na Rua das Flores, nº 10. Cheira a festa!"
A medida que liamos, as receitas faziam crescer água na boca.
"Ai que saudades de arroz com feijão que a minha mãe fazia quando estávamos no Brasil"
"Adoro comer peixe num restaurante à beira mar...lá o peixe é muito bom".

Quando vês um gato, o que vês?

"Todos eles viram um gato."

Nesta gloriosa ode à observação, à curiosidade e à imaginação, Brendan Wenzel mostra-nos as várias vidas de um gato, e como ele muda dependendo de quem o vê… 

Também conosco não foi diferente, á medida que observávamos as páginas, o espanto era constante e surpreendentemente eram observados cada detalhe da ilustração.

 

" - Adorei este livro!", "- Não sabia que as doninhas viam tudo a preto e branco!", "- Que engraçados estes desenhos, nunca tinha pensado nisso!",

 

"- Olha ali uma pulga!"



Um livro magnífico e surpreendente que nos fez refletir sobre as diversas formas de observar e sentir o mundo. 


Para completar a reflexão, levei também o livro de Carla Maia de Almeida "Não quero usar óculos". Motivo de várias partilhas de vida relativamente a esta temática.

 "Sempre usei óculos! e nunca me importei mas as vezes é muito chato...quando chove ou quero saltar e rebolar...mas sem eles não vejo nada e isso é o mais importante." 


 e porque dentro da caixa "Aqui há histórias" tinha "rodelas de esparguete" e algumas "palhinhas" todos criaram uns óculos para verem tudo o que as histórias nos tinham ensinado hoje.  




"O Cavalinho de pau do menino Jesus"

 O pai Natal também visitou o menino Jesus?      Hoje iniciei o voluntariado de leitura na EB da Feitosa, e comigo levei o livro "O cav...